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sábado, 18 de julho de 2015

Bianchi não resiste após coma, e F1 tem 1ª morte desde Senna

Nove meses após sofrer um grave acidente na Fórmula 1, o piloto Jules Bianchi morreu, nesta quinta-feira. A família informou apenas nesta sexta. O francês, de 25 anos, estava em estado vegetativo desde que bateu seu carro em Suzuka, no ano passado. É a primeira morte de um piloto de F1 desde o ocorrido com Ayrton Senna em 1994.

O acidente de Jules Bianchi aconteceu durante uma prova chuvosa no Japão. Ele dirigia um carro da Marussia, que saiu da pista e colidiu com força no guindaste que retirava a Sauber de Adrian Sutil. Bianchi sofreu uma lesão axonal difusa, passou por uma cirurgia e ficou internado desde então - passou um mês no Japão e depois foi transferido para Nice, na França, onde morreu.
A família de Bianchi anunciou a morte com uma nota oficial, com lamentações e agradecimentos: "Jules lutou até o fim, como sempre fez, mas ontem sua batalha terminou. Nós sentimos uma dor imensa e indescritível".
Durante esta semana, Philippe Bianchi, pai de Jules, deu uma entrevista à France Info, na qual relatou sua tristeza com a situação: "é insuportável. É uma tortura diária. Às vezes, sinto que estamos enlouquecendo, porque, para mim, certamente é mais cruel do que se ele tivesse morrido". Sob esse ponto de vista, o que aconteceu nesta sexta-feira é um alívio para a família de Bianchi.
Colisão incrível
O acidente que vitimou Bianchi ocorreu na 43ª volta do Grande Prêmio do Japão de Fórmula 1, em 2014. O francês da equipe Marussia colidiu o seu carro com um guindaste que estava fora da pista, na altura da curva 7 do circuito nipônico. No momento da pancada, o guincho retirava a Sauber do alemão Adrian Sutil de uma área de escape de Suzuka. Chovia muito, e a pista estava escorregadia.
Em um primeiro momento, a prova foi paralisada para a entrada do Safety Car. Um carro médico também adentrou a pista para prestar os primeiros socorros a Bianchi. Quando a gravidade do ocorrido foi detectada, porém, a corrida foi imediatamente encerrada, e o britânico Lewis Hamilton, declarado o vencedor. O pódio, que também contou com a presença de Nico Rosberg (2º) e de Sebastian Vettel (3º) não teve a tradicional festa do estouro de champanhe por respeito à situação.
A transmissão oficial da Fórmula 1 não mostrou imagens do acidente e também evitou registrar o momento do resgate de Bianchi. Ele foi imediatamente levado ao Centro Médico do circuito de Suzuka e, depois, transferido de ambulância para o Centro Médico Geral de Mie, em Yokkaichi, a 17 km da pista.
A FIA garantiu que, assim que o acidente de Sutil aconteceu, os fiscais balançaram bandeiras amarelas no setor para alertar os pilotos da presença do carro do alemão e também do guindaste. A Marussia de Bianchi, porém, aquaplanou (quando um carro perde a aderência dos pneus no piso molhado e desliza sem controle) e causou um acidente incrível que tirou a vida do piloto.
Jules Bianchi nasceu em Nice (França) no dia 3 de agosto de 1989 e começou a competir no kart ainda criança. Em 2007, quando tinha 18 anos, iniciou sua carreira nos monopostos, tornando-se campeão da prestigiada Fórmula Renault 2.0 francesa ainda em seu ano de estreia.

Daí para frente, somou grandes resultados em categorias inferiores (como o título da F3 europeia e o vice-campeonato da GP2 em 2010) e ganhou um convite para integrar o programa de jovens talentos da Ferrari. Em 2011, já era o piloto de testes da equipe italiana e considerado uma das grandes promessas da escuderia para o futuro.
Neste período, Bianchi já começou a firmar amizade com Felipe Massa – com quem estreitou os laços pelo fato de ambos serem empresariados por Nicolas Todt. Em 2012, o francês foi cedido à Force India (equipe na qual também atuou como piloto de testes) e, no ano seguinte, acertou para competir pela Marussia como piloto titular.

Ele foi indicado pela Ferrari e acabou contratado para substituir o brasileiro Luiz Razia – que teve problemas com seu patrocinador e não disputou nenhum GP na principal categoria do automobilismo mundial. Após menos de duas temporadas na F1, Bianchi não conseguiu grandes resultados – já que a Marussia tem um dos piores carros do grid -, mas fez história ao conquistar os primeiros pontos da equipe, justamente em Mônaco, na temporada 2014, após uma surpreendente nona colocação.

Fonte: Terra

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